"E, judiciosamente, como em galhofa lhe perguntasse certo individuo abelhudo o que Deus estivera fazendo antes de o mundo ser criado, respondeu aquele piedoso ancião: a construir o inferno para os curiosos." (1.14.1, p.158)
Ao invés de gastarmos tempo com especulações frívolas, o Senhor nos convida a conhecer mais a respeito dele, e de nós mesmos, através das lentes que ele mesmo preparou.
"Pois, assim como os olhos, ou toldados pela decrepitude da velhice, ou entorpecidos de outro defeito qualquer, nada percebem distintamente, a menos que sejam ajudados por óculos, de igual modo nossa insuficiência é tal que, a não ser que a Escritura nos dirija na busca de Deus, de pronto nos extraviamos totalmente." (idem)
Calvino nos lembra que aquilo que Deus nos deu, sua Criação, já nos tomará muito de nossa atenção, o que significa que não há necessidade de nos determos naquilo que não nos foi revelado. Assim como há um dia de descanso, a mente deve descansar sobre certos assuntos, e ocupar-se somente com aquilo que é importante.
"Aqui também, até que, sujeita à obediência da fé, aprende a cultivar esse repouso a que nos convida a santificação do sétimo dia, vocifera a razão humana, como se tais passos na obra da criação fossem inconsistentes com o poder de Deus." (1.14.2, p.159)
Por fim, o reformador inicia o processo de analisar a Criação, focando mais uma vez informações que nos ajude a reconhecer o Deus verdadeiro como um Pai bondoso. Enfim, o teólogo de Genebra quer nos levar à adoração. Que sigamos seu exemplo no estudo da Palavra.
"Mas é preciso considerar diligentemente na própria ordem das coisas criadas o amor paternal de Deus para com o gênero humano, visto que não criou Adão antes que enchesse o mundo de toda abundância de coisas boas... assumindo o cuidado de um chefe de família provido e zeloso, mostrou Deus sua mirífica bondade para conosco." (idem)
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