"Por esta razão, não somente promete que haverá de cuidar de nós pessoalmente, mas ainda que dispõe de inumeráveis guardiães a quem já determinou para provernos a segurança, ou, seja, por todo o tempo em que estamos cercados da guarda e proteção destes, qualquer que seja o perigo que ameace, fomos postos além de toda contingência do mal." (1.14.11, p.167)
Esse cuidado do Senhor deve nos trazer mais conforto e segurança. Por outro lado, a falta de confiança em Deus torna-se um pecado ainda pior.
"De fato confesso que isto se nos converte em erro: que após essa inconfundível promessa acerca da proteção do Deus único, ainda volvamos o olhar em derredor, buscando donde nos venha o socorro." (idem)
O outro perigo que envolve essa doutrina sobre os seres celestiais é darmos atenção demais a eles. Calvino critica aqueles que tentam fazer pedidos a anjos, uma prática comum até hoje, mesmo em algumas igrejas. Devemos sempre voltar nossas petições ao Criador, não a seus ministros.
"Unicamente pela intercessão de Cristo, resulta que nos advenham as ministrações dos anjos, como ele próprio o afirma: 'Vereis doravante os céus abertos e os anjos descendo ao Filho do Homem' [Jo 1.51]... Ora, visto que Deus não os faz ministros de seu poder e bondade em tais moldes que partilhe com eles sua glória, assim também não nos promete sua assistência na ministração deles em relação a nós em termos tais que dividamos nossa confiança entre eles e ele." (1.14.12, p.168)
Diante desse belíssimo estudo de Calvino, devemos agradecer a Deus por esses ministros que ele coloca à disposição de sua igreja. Ainda que nem saibamos quando eles estão a nos proteger ou nos ajudar, a Palavra nos dá certeza desse serviço angelical. Que sejamos gratos a Deus por mais essa prova de bondade com seus pequenos filhos.
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