"A vontade não é destruída pela graça; ao contrario, é antes reparada, pois que ambos esses conceitos se harmonizam esplendidamente, de modo que se pode dizer que a vontade do homem é restaurada, enquanto, corrigida a viciosidade e depravação, é ela dirigida à verdadeira norma da justiça, e ao mesmo tempo se pode dizer que é criada no homem uma vontade nova, porquanto está viciada e corrompida a tal ponto que ele tem por necessário induzir-lhe no íntimo uma nova natureza." (2.5.15, p.100)
Isso não quer dizer que tenhamos alguma participação na salvação sem a obra do Espírito Santo em nós. Toda ação vem de Deus, ainda que sejamos nós agindo. Como diz o Senhor, "sem mim nada podeis fazer" (Jo 15.5). Para o reformador, ainda que os atos sejam nossos, devemos dar glória a Deus, pois por sua benignidade é que eles são nossos, ainda que originados nele.
"Uma vez que, entretanto, o querer nos é naturalmente ingênito, nos é dito não sem causa que efetuamos essas coisas cujo louvor, de direito, Deus para si reivindica, em primeiro lugar, porque nosso é, por sua benignidade, tudo quanto ele opera em nós, uma vez que compreendamos que não procedem de nós; em segundo lugar, visto que nossa é a mente, nossa a vontade, nosso o esforço, estes são por ele dirigidos para o bem." (idem)
Depois dessa rápida explicação, o reformador voltará a se concentrar nas objeções contra sua doutrina, escolhendo alguns versos utilizados pelos precursores do arminianismo. Que Deus nos dê sabedoria e iluminação para continuarmos nesses estudos, sem nos desviarmos da sã doutrina.
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