"Com estas palavras [Jo 4.22] não só condena como falsas a todas e quaisquer religiões dos povos, mas assinala também a razão: porque, sob a lei, somente ao povo eleito se prometeu o Redentor. Donde se segue que jamais culto algum agradou a Deus a não ser aquele que contemplasse a Cristo." (2.6.1, p.106)
Essa crença em Cristo está clara no Antigo Testamento, onde nos precursores do Messias (os ungidos do Senhor), Israel se estabeleceu fundamentado na mesma fé que a Igreja. Tanto as promessas a Abraão, a Lei de Moisés e o reinado de Davi apontam para a figura do Mediador.
"Está patente, portanto, em uma única cabeça foi primordialmente computada a semente de Abraão, nem foi manifesta a salvação prometida, até que essa semente viesse a Cristo, cujo ofício é ajuntar as coisas que foram dispersas. Portanto, da graça do Mediador dependia a adoção original do povo eleito. O que, embora em Moisés ainda não se exprimisse em termos claros, contudo se faz bastante patente ter sido geralmente conhecido de todos os piedosos." (2.6.2, p.107)
"Nem de fato há dúvida de que o Pai celeste quisesse que se contemple em Davi e em seus pósteros a imagem viva de Cristo. Por isso, desejando exortar os piedosos ao temor de Deus, Davi manda beijar ao Filho [Sl 2.12], ao que de fato responde esta declaração do evangelho: 'Quem não honra ao Filho, não honra ao Pai' [Jo 5.23]." (idem)
Portanto, não existe diferença radical entre o povo da Antiga Aliança e o da Nova Aliança. Ainda que existam grandes diferenças sobre a maneira como o Senhor governava seu povo e sua religião, a salvação viria somente pela graça, pela fé na figura do Ungido. Que tenhamos isso em mente enquanto proseguirmos nesse estudo. Glória a Deus por seu Messias!
"Sem dúvida que depois da queda do primeiro homem nenhum conhecimento de Deus valeu para a salvação, sem o Mediador, pois que Cristo, quando diz que a vida eterna é esta: conhecer ao Pai como o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem ele enviou [Jo 17.3], fala não apenas de seu tempo, pelo contrário compreende a todos os séculos." (2.6.1, p.106)
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