"Posta de parte a opinião injustificada de sua própria capacidade, compreendam que é tão somente pela mão de Deus que são firmados e subsistem, de sorte que, nus e vazios, se refugiem na misericórdia, nesta repousem inteiramente, no recesso desta se escondam, e tão-somente a esta se apeguem por justiça e méritos, misericórdia que foi revelada em Cristo a todos quantos, em verdadeira fé, não só a buscam, mas também nela esperam." (2.7.8, p.119)
Para Calvino, enquanto Deus demonstra sua severidade e justiça pela Lei, "em Cristo sua face brilha, cheia de graça e brandura, para com os pecadores, ainda que míseros e indignos" (idem). Assim, a Lei nos leva à Graça, fato que é confirmado também por Agostinho em inúmeras citações e, em especial, na obra Do Espírito e da Letra.
"A lei ordena; a graça ministra o poder para cumprir... Deus ordena as coisas que não podemos, para que saibamos o que lhe devamos pedir."
Concluindo, Calvino nos deixa a oração em que Agostinho pede a Deus que o capacite a cumprir os mandamentos. Que sejamos como esses dois homens, e a humildade esteja sempre em nossos lábios.
"Assim faze, ó Senhor; assim faze, ó Senhor misericordioso; ordena o que não se pode cumprir; sim, ordena o que não se pode cumprir, a não ser por tua graça, para que, uma vez que os homens não o possam cumprir por suas próprias forças, toda boca se cale e ninguém se faça grande a si mesmo. Sejam todos pequeninos e o mundo todo se faça culpado diante de Deus." (três últimas citações de Agostinho tiradas de 2.7.9, p.120)
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