"Porque a terra toda foi abençoada para os fiéis, com razão contamos a presente vida entre as bênçãos de Deus. Por isso, esta promessa diz respeito, de igual modo, a nós, isto é, na medida em que a duração da presente vida nos é um atestado da divina benevolência."(2.8.37, p.161)
O reformador não ignora o fato de existirem bons filhos que perecem cedo. Mas ele nos lembra que muito mais bem-aventurado é a vida eterna com Deus que uma vida longa neste mundo. Assim, a promessa é cumprida quer vivamos, quer morramos.
"Tudo nisto se situa: que reflitamos ser prometida vida longa até onde ela é uma bênção de Deus, que é, de fato, uma bênção até onde é evidência da graça divina, que ele atesta a seus servos, e deveras o demonstra, infinitamente mais copiosa e substancialmente, pela morte." (idem)
Quanto aos filhos desobedientes, o castigo também se cumpre. Seja na pena de morte entre os israelitas antigos, seja por uma punição trazida pela providência. Ainda os que conseguem sobreviver receberão esta pena na eternidade.
"Ele próprio lhes provê o castigo, de qualquer modo que seja. Pois vemos quão grande número desta espécie de homens perece ou em combates ou em rixas; outros, porém, são afligidos de maneiras insólitas; quase todos são por prova de que esta ameaça não é vã. Se bem que há os que escapam até extrema velhice. Uma vez que, privados da bênção de Deus, nesta vida vegetam nada menos que miseravelmente e se reservam para maiores castigos no futuro, mui longe está de que se façam participantes da bênção prometida aos filhos piedosos." (2.8.38, p.161)
Finalizando esse assunto, Calvino deixa claro que esta não é uma submissão cega. Como Paulo nos escreve em Efésios 6.1, esta é uma obediência no Senhor. Isto significa que a honra dada às autoridades só vai até onde o nosso Deus não é desonrado. Este princípio nos é muito útil em uma nação que muitas vezes é guiada por padrões mundanos.
"Portanto, se nos instigam à transgressão da lei, então, com justiça, não devem ser por nós tidos por pais, mas por estranhos, que nos estão tentando afastar da obediência do verdadeiro Pai. Assim se deve considerar em relação aos príncipes, aos senhores e a todo gênero de superiores nossos. Pois seria coisa indigna e fora de razão que sua autoridade seja exercida para rebaixar a alteza e majestade de Deus; já que, dependendo da autoridade divina deve guiar-nos e encaminhar-nos a ela." (2.8.38, p.161s)
Que Deus no dê sabedoria para agir em cada situação.
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