"Contemplando isto, Salomão escreve que seriam bem-aventurados os filhos dos justos após a morte destes [Pv 20.7], não apenas em razão de sua santa educação, que também ela própria não tem, na verdade, reduzida importância, mas ainda, em decorrência desta bênção prometida no pacto, para que a graça de Deus resida eternamente nas famílias dos piedosos." (2.8.21, p.147)
No entanto, acontece, até frequentemente, de aqueles que vêm de uma família incrédula voltarem-se a Deus. Tudo vem pelo propósito do Senhor e sua graça, e não por uma questão hereditária - seja para o bem, seja para o mal. O importante é não ouvirmos levianamente as exortações do Senhor.
"Nada impede que a descendência dos ímpios por vezes se volte à prática do bem, a descendência dos fiéis degenere, pois aqui não quis o Legislador fixar uma regra perpétua que anulasse sua eleição. Ora, para conforto do justo e terror do pecador, é suficiente que ela não seja uma declaração vã ou ineficaz, embora nem sempre tenha lugar." (idem)
A conclusão que o reformador chega é a seguinte: ao salvar o filho dos justos Deus mostra sua graça e cuidado com os justos. Ao reprovar o ímpio, ele apresenta seu justo juízo sobre aqueles que seguem esse caminho. Aprendemos com isso a vivermos e educarmos nossos filhos nos caminhos do Senhor. E, principalmente, a confiarmos somente nessa misericórdia milenar de Deus.
"Ademais, recomenda-nos, de passagem, a grandeza de sua misericórdia, que estende por mil gerações, quando somente quatro gerações reservara à punição." (idem)
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