"A proibição da árvore do conhecimento do bem e do mal foi um teste de obediência; de modo que, ao obedecer, Adão podia provar que se sujeitava à autoridade de Deus, de livre e deliberada vontade. Com efeito, o próprio nome da árvore evidencia que o propósito do preceito não era outro senão que, contente com sua sorte, o homem não se alçasse mais alto, movido de ímpia cobiça." (2.1.4, p.18)
Mais do que isso, a queda do homem foi um ato de ambição e ingratidão. O homem recusou aquilo que Deus lhe deu como suficiente para si e quis mais do que devia.
"Ignobilmente Adão desdenhou a tão grande liberalidade de Deus pela qual havia sido enriquecido. Na verdade, esta foi uma impiedade monstruosa, a saber, a um filho da terra parecer pouco que fosse criado à semelhança de Deus, se também não lhe fosse acrescentada a igualdade." (2.1.4, p.19)
Concluindo, o reformador mostra que esse ato de desobediência de Adão também significou uma forma de blasfêmia, por desmerecer as palavras do Criador e elevar as palavras da serpente como verdadeiras. Com isso, Calvino conclui, ao melhor estilo John Piper, o homem perdeu o status de mais alta felicidade.
"Ora, jamais teria Adão ousado repudiar o imperativo de Deus, a não ser que não lhe desse crédito à palavra. Era este, de fato, o melhor freio para adequadamente regular-lhe todas as inclinações: que nada é melhor do que, mercê de estrita obediência aos preceitos de Deus, amar a justiça; em seguida, que a meta final da vida feliz é ser por ele amado." (idem)
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