"Como, porém, não se outorgam oráculos dos céus quotidianamente, e só subsistem as Escrituras, na qual aprouve ao Senhor consagrar sua verdade e perpétua lembrança, elas granjeiam entre os fiéis plena autoridade, não por outro direito senão aquele que emana do céu onde foram promulgadas, e, como sendo vivas, nelas se ouvem as próprias palavras de Deus." (1.7.1, p.75)
Quantas vezes pastores e denominações se rendem ao último modismo evangélico ou mundano, considerando a Escritura defasada sobre certos assuntos? Quantos de nós aplaudimos certas manifestações espirituais, fingindo que Deus nada tem a dizer sobre isso? Outros preferem seguir certos "manuais de exorcismo" a descobrir o que a Escritura tem a dizer. Na prática, é a Igreja tentando autorizar a Bíblia, mas só naquilo que lhe convém.
"Se o fundamento da Igreja é a doutrina profética e apostólica, é necessário que esta doutrina tenha sua inteira infalibilidade antes que a Igreja começasse a existir." (1.7.2, p.76)
Porém, a Igreja tem o seu papel no testemunho da veracidade das Escrituras. Livrando Agostinho da falsa acusação de só crer na Escritura se a Igreja o levar a isso, Calvino mostrar que este irmão queria, na verdade, dizer que a Igreja tem parte na obra do Espírito que nos dá certeza e convicção sobre a Palavra.
"O santo varão não tivera esta intenção: que fizesse pendente da autoridade ou do arbítrio da Igreja a fé que temos nas Escrituras; ao contrário, que apenas indicasse, o que também confessamos ser verdadeiro, que aqueles que ainda não foram iluminados pelo Espírito de Deus são induzidos à docilidade pela reverência à Igreja, para que porfiem em aprender do evangelho a fé em Cristo." (1.7.3, p.77)
Assim, aprendemos que nossa missão é essa - trazer pessoas ao conhecimento de Deus. E isso só se consegue por meio da ação da Igreja e da apresentação séria da Escritura.
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