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Comemorando os 500 anos de João Calvino, o teólogo da Reforma, este é um blog dedicado a resumir e comentar as Instituras da Religião Cristã, obra máxima do reformador de Genebra. Que ele seja útil à comunidade, seguindo a mesma intenção de Calvino ao escrever seus livros.

"Este tem sido meu propósito: preparar e instruir de tal modo os candidatos à sagrada teologia, para a leitura da divina Palavra, que não só lhe tenham fácil acesso, mas ainda possam nesta escalada avançar sem tropeços."

Esse blog está sendo desativado. Visite-nos em www.joaocalvino.net

Diferenças entre os dois pactos: parte 2 [ 2.11.4-6 ]

"Outra diferença de Antigo e Novo Testamentos é expressa nas figuras, uma vez que naquele a realidade estava ausente, ostentava somente a imagem e uma sombra em lugar do corpo, este exibe a realidade presente e o corpo real." (2.11.4, p.209)

A segunda diferença entre os dois pactos envolve novamente conceitos que já conhecemos: o Antigo Testamento é tipo e o Novo é antítipo. Isto é, o primeiro apresenta sombras de uma realidade revelada mais claramente no segundo. Novamente, isso não é uma questão de natureza, mas de administração de cada aliança. As cerimônias aqui ocupam um lugar importante.

"Estas cerimônias eram como que apenas acidentes do pacto, ou, na verdade, adições e anexos e, como diz o simples, acessórios... Conseqüentemente, em suma, neste contexto chama-se Antigo Testamento a maneira solene de confirmar o pacto compreendida em cerimônias e sacrifícios. Uma vez que, porém, nestas cerimônias e sacrifícios nada subsiste substancial, a não ser que se vá além deles, contende o Apóstolo ter sido necessário que se fizessem obsoletos e fossem abolidos, para que se desse lugar a Cristo, fiador e mediador de um Testamento superior [Hb 7.22], através de quem foi uma vez adquirida eterna santificação para os eleitos e obliteradas as transgressões que permaneciam sob a lei." (2.11.4, p.210)

Assim, o Antigo Testamento era algo temporário, substituído pelo Novo, "com confirmação firme e substancial" (idem), um pacto com características eternas, ministrado pelo próprio Deus, na pessoa de Cristo. O povo de Israel, vivia, portanto em uma situação semelhante à infância, guardados pela Lei como tutor.

"Paulo designa esta pobreza de compreensão pelo termo infância, querendo o Senhor que fosse exercitada por elementos deste mundo e pelas mesquinhas observâncias externas, como que por regras de disciplina infantil, até que Cristo se manifestasse, através de quem convinha que o conhecimento do povo fiel atingisse a maturidade [Ef 4.13]." (2.11.5, p.210)

Essa distinção não significa que os grandes homens do Antigo Testamento eram inferiores em fé ou piedade. Jesus nos diz que eles tinham consciência de que algo maior aguardava o povo de Deus (Lc 10.24), e Pedro o confirma em sua primeira carta, capítulo 1, verso 12. Ainda assim, aqueles homens estavam debaixo de sombras e tipos, pois viviam numa fase em que o Senhor assim resolveu lidar com sua nação.

"Pois, a pregação destes é não somente obscura, como que acerca de coisas longínquas, mas ainda encerrada em tipos. Além disso, por mais elevado fosse neles o conhecimento, entretanto, uma vez que tenham tido necessariamente de submeter-se à 'pedagogia' comum do povo, também eles próprios se contam no número das crianças." (2.11.6, p.211)

Que tenhamos o coração agradecido por receber essa revelação mais clara, mas que também temamos quando não nos mostramos gratos por tamanha generosidade da parte do Senhor.
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Diferenças entre os dois pactos: parte 1 [ 2.11.1-3 ]

Depois da longa seção sobre as semelhanças entre o Antigo e o Novo Testamento, Calvino lista agora as diferenças entre os dois pactos. Porém, ele nos lembra que devemos tomar cuidado ao tratar o assunto.

"Digo que todas estas diferenças são de tal natureza, e comprometo-me a demonstrá-lo, que dizem respeito ao modo de administração, antes que à substância. Por esta razão, nada impedirá que as promessas permaneçam as mesmas, quer do Antigo, quer do Novo Testamento, e Cristo como sendo o mesmo fundamento das próprias promessas." (2.11.1, p.206)

A primeira diferença já foi bastante comentada no capítulo anterior: as promessas futuras para judeus e para cristãos. Essa promessa não era diferente para os dois grupos, mas as imagens usadas para o antigo Israel são diferentes e, muitas vezes, remontam à realidades terrenas. No entanto, isso se devia ao fato de eles não estarem prontos ainda para as informações que a Igreja receberia a seguir.

"Portanto, foi-lhes destinada a mesma herança que a nós, mas, em razão da idade, ainda não eram capazes dela tomar posse e dela tratar. Estava entre eles a mesma Igreja, todavia, até esse ponto, como que na infância." (2.11.2, p.207)

Assim como a bem-aventurança, o castigo no Antigo Testamento também usava de imagens terrenas, como punições nesta terra para muitos dos que pecaram contra Deus. Essa realidade também apontava para a realidade final, onde os ímpios receberiam castigos eternos e não apenas materiais.

"Aliás, nos devencilharemos facilmente de tais entraves se voltarmos a mente para esta dispensação de Deus de que falei, a saber, que durante esse tempo em que ao povo de Israel ministrava seu Testamento, até então como que de forma velada, quis ele significar e prefigurar ora, mediante benefícios terrenos, a graça da felicidade futura e eterna, ora, mediante castigos corporais, a gravidade da morte espiritual." (2.11.3, p.209)

Vemos, portanto, que apesar dessas diferenças entre as duas porções da Bíblia, há uma unidade, a saber, que Deus é justo e a vingança pertence a ele. Que nos agarremos à cruz para fugir à ira vindoura.
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Cristo: Esperança de Israel [ 2.10.20-23 ]

Finalizando essa seção, Calvino passa a citar os profetas posteriores, demonstrando que eles também criam em um futuro bastante diferente da prosperidade material que os judeus tinham (ou poderiam ter) na época antiga. Com a proximidade da vinda de Cristo a natureza dessa vida futura tornou-se cada vez mais clara para aquele povo.

"O Senhor susteve esta economia e esta ordem na administração do pacto de sua misericórdia, de sorte que, quanto mais com o correr do tempo se aproximava o dia da plena revelação, com tanto maior clareza o quis anunciar." (2.10.20, p.202)

O reformador lembra que muitas vezes Deus utilizou comparou os benefícios eternos a benefícios temporais, a fim de que o povo pudesse entender bem suas dádivas, mas em geral a mensagem estava clara - viria um reino de bens eternos e espirituais. Alguns dos textos citados nessas seções são Ezequiel 37 e Isaías 26. Outros mostram mais claramente a glória futura, como Isaías 66 e Daniel 12. Tudo isso mostra que Israel abraçava esperança semelhante à nossa.

"O Antigo Testamento, ou Pacto, que Deus firmou com o povo de Israel, não se limitara às coisas terrenas; ao contrário, continha a promessa da vida espiritual e eterna, cuja expectação se impôs que fosse impressa na mente de todos quantos anuíam verdadeiramente ao pacto." (2.10.23, p.204)

Portanto, que o crente não abrace o erro dos saduceus que criam numa realidade sem ressurreição e sem imortalidade. A esperança dos pais é a mesma nossa, de vivermos num reino com o Messias amado.

"Pois Cristo, o Senhor, promete hoje aos seus não outro 'reino dos céus' senão aquele onde se reclinem com Abraão, Isaque e Jacó [Mt 8.11], e Pedro declarava que os judeus de seu tempo eram herdeiros da graça do evangelho, por isso eram 'os filhos dos profetas, incluídos no pacto que Deus havia outrora firmado com seu povo' [At 3.25]." (2.10.23, p.204s)
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Nossa esperança [ 2.10.17-19 ]

A lição que podemos tirar dessas últimas seções é não confiarmos nos bens terrenos, nem esperar que eles nos dêem satisfação. Em certo momento Deus reunirá de maneira gloriosa céus e terra, restaurando a harmonia do universo. E ali estarão também os cristãos, recebendo bênçãos muito maiores que temos na era presente.

"Onde estará esta beleza e graça dos fiéis, senão quando a face deste mundo tiver sido mudada pela manifestação do reino de Deus? Quando os olhos convergirem para essa eternidade, desprezada a momentânea agrura das calamidades presentes, confiantemente irrompam nestas palavras: 'Não permitirás jamais que pereça o justo, mas os ímpios tu os precipitarás no poço da perdição' [Sl 55.22, 23]." (2.10.17, p. 200)

Não devemos desfalecer se temos essa esperança, muito menos invejar o ímpio. O sofrimento do crente nesta vida é muito pequeno se comparado à alegria que ele terá no futuro. Devemos orar pelos ímpios para que eles percebam que o "caminho largo" propõe uma alegria falsa e efêmera. Tenhamos como exemplo os santos do Antigo Testamento.

"Visto que contemplavam o céu, sabiam que os santos são atormentados pelo Senhor 'com a cruz' por apenas um momento; que as misericórdias com que são cumulados são perpétuas. Por outro lado, anteviam a ruína, ruína eterna e que jamais haverá de findar-se, dos ímpios, os quais, como em um sonho, haveriam de ser felizes só por um dia." (2.10.18, p.201)

Calvino, por fim, comenta alguns textos bíblicos que tratam da vida futura, começando por Jó 19.25-27, onde o protagonista desse livro fala de uma ressurreição porvir. Para o reformador, não há qualquer motivo para não crermos que o texto não ensina a mesma verdade que os cristãos devem crer.

"Jó não teria chegado a esta amplitude de esperança, se em pensamento tivesse se deixado ficar na terra. Portanto, há que convir em que ele fixou seus olhos na imortalidade futura, pois compreendeu que, inclusive na sepultura, seu Redentor se preocupara com ele; já que a morte é o supremo desespero para os que têm seus pensamentos exclusivamente neste mundo, este não podia tirar-lhe a esperança." (2.10.19, p.202)

Que também guardemos essa esperança em nossos corações.
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A esperança dos fiéis [ 2.10.13-16 ]

O reformador prossegue em sua análise da esperança dos justos do Antigo Testamento. Estariam eles esperando algo além de bênçãos materiais? A resposta de Calvino, analisando agora as vidas de Jacó, Balaão e Davi, é: sim. O mesmo vale para o povo de Israel, que eram peregrinos mesmo chegando à Canaã.

"Pois, se são peregrinos e forasteiros na terra de Canaã, onde está a promessa do Senhor pela qual lhe foram constituídos herdeiros? Portanto, está ele obviamente a indicar que olha mais longe, a saber, para a posse que o Senhor lhes havia prometido. Pelo que, 'não adquiriram sequer o espaço de um pé' [At 7.5] na terra de Canaã, a não ser para sepultura, através do quê atestavam esperar receber o fruto da promessa somente após a morte." (2.10.13, p.197)

"Davi mais tarde proclamou: 'Preciosa é a morte dos santos à vista do Senhor [Sl 116.15]; péssima, porém, é a morte dos ímpios' [Sl 34.21]? Se o termo definitivo dos homens fosse a morte, certamente não haveria lugar para indicar diferença alguma entre a do justo e a do ímpio." (2.10.14, p.197s)

Os profetas fazem coro a Davi, citando em diversas ocasiões a idéia de uma vida futura eterna. Para Calvino, não é possível que se pense que temos já a herança conquistada por Cristo aqui na terra, uma vez que várias vezes os santos vivem em situações de sofrimento.

"A verdade é que o Senhor às vezes deixa seus servos ao bel-prazer dos ímpios, não só para que sejam por eles oprimidos, mas até estraçalhados e destruídos, permite que os bons definhem em trevas e em imundície, enquanto que os ímpios quase refulgem em meio às estrelas. Não os alegra a tal ponto com a serenidade de seu semblante que desfrutem diariamente de deleite." (2.10.16, p.199)

Assim, não devemos esperar uma vida de prosperidade aqui nesta vida, ainda que Deus nos proporcione muitas bênçãos. Precisamos, pelo contrário, ter a certeza de que o Senhor nos dará a vida eterna, reservada para o fim dos tempos.

"Contudo, esta esperança não pode, de modo algum, subsistir, a menos que descanse na promessa que lemos em Isaías [51.6]: 'Os céus, diz o Senhor, dissipar-se-ão como fumaça, a terra gastar-se-á como uma vestimenta, e seus habitantes se desvanecerão como estas mesmas coisas; minha salvação, porém, será para sempre, e minha justiça não desvanecerá' – passagem na qual a perpetuidade da justiça e da salvação é atribuída não até onde residem em Deus, mas até onde são experimentadas pelos homens." (2.10.15, p.198s)

[ Blog retornando às atividades esse mês. comente! ]
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